sexta-feira, 6 de março de 2015

A mulher e o tempo...



É importante lembrar essa data, o dia 8 de Março, não como apenas um dia para dar e receber flores, mas para informar aos que não sabem o porquê da existência desse dia tão especial.
Desde o início do movimento de mulheres, da sua ida ao mercado de trabalho e de sua intensa busca por conquistas, a mulher já era vista por alguns ou muitos como ameaça, mas nos Estados Unidos no dia 8 de Março de 1857, após uma greve gigantesca das trabalhadoras da indústria têxtil, em um ato totalmente desumano e na insana tentativa de calar a voz de um grupo que se fortalecia, mais de 130 mulheres foram trancadas na galpão da fábrica e queimadas vivas.


Como se vê, esse dia tão especial não pode nos fazer esquecer que por causa de uma tragédia hoje recebemos flores e somos homenageadas.
A questão mais importante é a seguinte: depois de tantas situações difíceis e até penosas, depois de tantas conquistas e vitórias, estamos no patamar que queremos? Somos respeitadas completamente em nossa liberdade e nossas escolhas são amplamente respeitadas por nossa sociedade? A mulher deixou de ser produto comercial de diversos mercados? A mulher deixou de sofrer violência doméstica e consequentemente confrontar um homem por causa de suas ideias não é considerado ainda perigoso e ruim?

O cotidiano nos mostra que o caminho ainda é longo e requer muita serenidade, pois ainda se vê mulheres líderes de grandes empresas serem ridicularizadas por sua aparência, mulheres da política serem avacalhadas da pior maneira por defenderem seus ideais e pasmem, 

mulheres utilizando a mídia para defender quem agride mulheres...como se vê, as próprias mulheres precisam e muito ter consciência de seu valor e de sua importância social, pois se não tiver vai reproduzir a forma de vida que as oprime e isso é triste e cruel.


Ao ver uma mulher ter que se calar porque reclamou de um homem que passou na frente na fila do banco e outro homem saiu em sua defesa já aos gritos, pois ela "não deveria desrespeitar aquele cidadão"...é que se vê a frágil independência feminina e a mais frágil ainda estrutura social que não superou a grotesca e infame, a mais primitiva representação do machismo, a agressão.

A mim coube a imediata pergunta ao ver o silêncio da mulher: devemos combater a falta de respeito com mais desrespeito ou como fez a mulher, com inteligência? Pois em seguida ao silêncio a mulher olhou profundamente nos olhos do homem e disse com voz de veludo "fale baixo senhor, estou vendo e ouvindo tudo, o senhor não precisa se descontrolar para se fazer ouvir, tenha mais segurança em si mesmo, pois alguém deve considerá-lo importante"...esse homem ficou absolutamente desnorteado e ridicularizado por sua atitude bestial, típica daqueles que precisam se afirmar...


Pois bem, o tempo passou mas muita coisa continuou igual, mas nós nunca deveremos ficar paradas no mesmo lugar, andar para frente é preciso, é imprescindível...

Nenhum comentário:

Postar um comentário