sábado, 31 de janeiro de 2015

É possível mudar, mas quem quer?



Estava eu lendo um artigo que falava no baixo índice de corrupção da Suécia, como sempre ela, das leis anti-corrupção e do que a sociedade precisa ter para que o número de casos de corrupção diminua.

O homem responsável pela proteção do Estado sueco de práticas corruptas falou que em um espaço de trinta anos, só aconteceram dois casos comprovados de desvio de verbas públicas e que existe uma lei de 1824 que é cumprida à risca para combate à corrupção, divulgação responsável dos gastos públicos, salários de servidores do alto escalão e qualquer gasto dito corporativo...

Disse também o óbvio, que a sociedade daquele país é vista de sua base para cima, que a educação de qualidade é o mínimo para fazer um povo compreender a sua posição no espaço social e que quando a sociedade não precisa lutar por sua sobrevivência e por serviços básicos como educação e saúde, fica mais apta a fiscalizar os atos governamentais, pois se sente parte da escala de poder...se sente responsável por aquilo.

É sabido que nossa sociedade reclama e necessita por melhorias nos serviços básicos mencionados e que uma boa parte não se sente parte das decisões de poder, mas sejamos sinceros, será que as pessoas de modo geral querem que haja uma real mudança do estrato social? Uma mudança profunda que mexa e remexa com as estruturas de poder e privilégios entranhadas no nosso povo nesses quinhentos anos? E os atos de corrupção vindos de quem está no poder? Será que é interessante mesmo que as leis sejam cumpridas por todos, mas todos mesmo? 

É tão comum ver apadrinhados grandes e pequenos recorrer aos padrinhos em uma hora de necessidade...dizendo " pensam que não tenho conhecimento com ninguém ou quando se chega em uma unidade pública e se diz "uma pessoa minha"...
É possível mudar isso e adotar novas maneiras de enxergar o poder? Sim, claro que é, mas quem quer?

domingo, 18 de janeiro de 2015

Viva o modelo Nórdico...






Acredito que um dos assuntos mais comentados da atualidade seja a morte do brasileiro morto na Indonésia, a pena de morte do brasileiro. Só que não desejo falar sobre isso, quero falar do Brasil e do seu injusto e bárbaro sistema prisional, social.

Esta semana, ao ver uma reportagem do sistema prisional da Suécia e as cadeias que irão fechar por falta de prisioneiros, inevitavelmente refleti sobre o óbvio, a imensa redução da criminalidade sueca está diretamente ligada ao empenho e cuidado com o social, ou seja, o bem estar do povo sueco.

Lá, diferente daqui, eles já descobriram, que se quisermos reduzir a violência em seus diversos níveis, a população precisa enfrentar uma gigantesca mudança de seus paradigmas, a educação precisa passar por uma reformulação em toda a sua estrutura e a sociedade precisa extinguir de sua cultura a apologia à violência.

Alguns irão dizer que os suecos são melhores, mais pacíficos e tem melhores índoles que as nossas, por isso são menos violentos, mas sabe-se que quando se abandona uma pessoa a própria sorte, ela vai reproduzir seu abandono, imagine um enorme grupo...

A elite brasileira adora copiar o modelo norte-americano, que está longe de ser o melhor, pois tem a maior população carcerária do planeta e um índice de criminalidade gigantesco...será que esse é o melhor modelo a seguir? 

Se não temos, ou fingimos não ter, a capacidade de refletir sobres nossos problemas para então buscar soluções, sem copiar modelos de outras sociedades, se copiar é o único caminho que nos resta, então por que não imitar modelos mais modernos, justos, humanitários e que tem resultados positivos? 

Se é para copiar, que se copie a Suécia que é país justo e extremamente educado...

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Intolerância !!!!



O Ano Novo começou surpreendente, como previa nas reflexões anteriores, porém o enredo é velho, conhecido e nada animador. 
Causou assombro no mundo ultimamente os ataques terroristas aos cartunistas do jornal Charlie Hebdo.

Quando vi as charges que causaram o atentado, também fiquei assombrada. É bem verdade que eles não retrataram com suas ironias só os muçulmanos, mas as imagens do Charlie são espantosas e desrespeitosas, são mesmo.

A questão mais importante é: a liberdade de expressão, que deve ser defendida acima de tudo, pode ultrapassar os limites do racional? Será que a fé, seja ela qual for, a liberdade religiosa, não deve ser respeitada e defendida a qualquer custo?

O atentado ao jornal foi infame, bárbaro, injustificável, porém será que durante anos aqueles que tiveram sua fé ridicularizada não se sentiram também vítimas de um tipo diferente de desrespeito, de terror?

Evidentemente, não se justifica agredir, matar e silenciar as pessoas que querem fazer apenas o seu trabalho, sua arte, seu talento. A questão também é que religiosos e fieis também tem o direito de exercer e expressar sua crença livremente.

A intolerância foi mostrada dos dois lados, tanto dos fanáticos terroristas como os cartunistas do 

Charlie. O que vai permanecer é o seguinte: ambos vão permanecer, o jornal e a crença, o que deve mesmo é se instaurar o diálogo, o respeito e acabar com a intolerância. Assim espero!!!!

domingo, 4 de janeiro de 2015

Por que o insignificante se torna tão importante?






Como mulher, não nego que perco um pouco do meu tempo pensando no modelito do dia, nos sapatos, na roupa adequada, na maquiagem certa, enfim, em como aparecer em determinadas ocasiões.

Esse costume também procede em mulheres de outros países, não é exclusividade nossa, mas a importância irracional que damos ao inútil, ao supérfluo, revelam bem como nossa sociedade é concebida, as aparências são muito importantes, ou melhor, importantíssimas.

Certa vez uma certa pessoa com quem convivi por um período em um determinado ambiente de trabalho, ressaltou a importância de mostrar os resultados, se ela tivesse conteúdo para mostrar, seria uma excelente mostra, mas não tinha, iria mesmo fazer o velho jogo de cena, mentir.

É impressionante, como nossa sociedade vive prisioneira do aparente. Queremos parecer mais magros, mais jovens, mais inteligentes, mais humanos, mas de fato não estamos trabalhando para sermos de fato o que queremos mostrar.

Um exemplo disso é a classe política que faz uma enorme propaganda mostrando mentiras, que compra a mídia para fazer de sua imagem perfeita e escondendo, é claro, todas as imperfeições.
As nossas fotos não podem mostrar as rugas, gordurinhas, cabelos brancos...hoje todo mundo tira foto com a mesma pose, para disfarçar o que não tem como...

Na posse da presidente, seu vestido foi mais comentado que seu discurso, sua gordura foi mais ilustrada que suas ideias...seríamos nós viciados em juventude e beleza? E o pior, quem comentou sua falta de elegância também é desprovido de tal atributo... o que importa naquela mulher é sua roupa, seu cabelo, seus dentes ou como governará? E por que alguns opositores utilizam de argumentos tão minúsculos para criticá-la? 

Seria só um problema de oposição ou na verdade de uma sociedade que valoriza em excesso as aparências em vez da essência? Que importância tem se o prefeito, a presidente ou o governador são belos? O que isso vai causar de impacto em seus governos? Faço humildemente a pergunta: por que damos tanta importância ao sem importância, por que o insignificante se torna tão importante?